Como forma de minimizar os casos de violência contra a mulher, em breve, Sidrolândia terá um grupo reflexivo para autores que cometem este crime. Isto será possível através do programa Dialogando Igualdades, uma iniciativa desenvolvida desde novembro de 2017 pela Coordenadoria da Mulher da Capital, que será adotada no município.
Assim como é muito importante ouvir a vítima, também é importante haver diálogo com o autor para que, a partir da reflexão ou através de atividades de caráter reflexivo e psicopedagógico, o homem tenha consciência da gravidade de seus comportamentos e ações, e assim haja uma responsabilização. O programa visa promover uma mudança cultural, a ruptura do ciclo de violência e sua desnaturalização, evitando possíveis reincidências.
Os profissionais, que trabalharão com este grupo, utilizarão uma abordagem responsabilizante, que serão conduzidas por meio de uma perspectiva de gênero feminista.
A Juíza Helena Alice Machado, que responde pela Coordenadoria da Mulher em Situação de Violência Doméstica e Familiar em Mato Grosso do Sul, afirmou que estudos mostram que, em geral, a reincidência cai entre 60% e 80% depois dos grupos reflexivos.
“O índice de reincidência é ainda menor que a média nacional. Atualmente, existem na Capital grupos reflexivos em funcionamento que recebem, por determinação judicial, homens que respondem processos relativos aos crimes previstos na Lei Maria da Penha”, explicou Helena Alice. Além da comarca de Campo Grande, outras comarcas do interior também adotaram o programa como, por exemplo, Nova Andradina.
O juiz da comarca de Sidrolândia, Claudio Muller Pareja, entendeu que a Coordenadoria da Mulher do município poderia estabelecer essa parceria, permitindo que o Executivo Municipal seja o responsável pela execução da proposta, visto que há um grande número de processos sob sua responsabilidade e que a maioria é de violência doméstica.
“Quando cheguei a Sidrolândia, duas servidoras já tentavam executar uma proposta de grupo reflexivo, assim, entendemos que a parceria com a Coordenadoria da Mulher seria primordial. Sidrolândia é a 6ª maior cidade Estado e 11º PIB de Mato Grosso do Sul. Iniciativas como essa e como a parceria SAJxSIGO certamente resultarão em uma prestação jurisdicional de mais qualidade para a população”, afirmou.
Para implantar o programa Dialogando Igualdades, o juiz Claudio esteve em Campo Grande ontem (14), juntamente com o Vice-prefeito, Wellison Muchiutti, o presidente do Conselho de Segurança de Sidrolândia, Waltemir Ribeiro, a coordenadora de políticas públicas para a mulher, Natália de Souza, e a psicóloga Aletânia Gomes, com a finalidade de reunir-se com o presidente do TJMS (Tribunal de Justiça de Mato Grosso do Sul), o Des. Paschoal Carmello Leandro, e a juíza Helena Alice Machado Coelho, e assim assinar o termo de cooperação mútua.