Publicado em 21/08/2022 às 21:05,

Exceção em MS, Maracaju tem menos de 30% da população em situação de pobreza

Redação - Noticidade,
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Construção civil, comércio e indústria mantém bons índices na geração de emprego na cidade.

Dados divulgados recentemente apontam que Mato Grosso do Sul tem mais de 1,2 milhão de pessoas em situação de pobreza. Das 79 cidades do Estado, 36 delas têm mais de 50% da população inscrita no CadÚnico, ou seja, em situação de pobreza.

Atualmente, quase metade da população do Estado é considerada de baixa renda e necessita do auxílio de programas sociais para sobreviver. A situação fica ainda mais crítica quando olhamos para os municípios do interior, que chegam a ter 70% de seus moradores nesta situação.

Diferente da grande maioria dos municípios de Mato Grosso do Sul, Maracaju está entre as 100 cidades mais ricas do Brasil, de acordo com o Mapa (Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento) e tem menos de 30% da população em situação de pobreza.

Outras cidades de Mato Grosso do Sul que tem o Agronegócio como pilar foram listadas pelo Mapa como as mais ricas do país e estão em condições melhores do que a maioria. Ponta Porã, Sidrolândia, Dourados, Rio Brilhante, Caarapó, Costa Rica, Aral Moreira, Chapadão do Sul, Nova Alvorada do Sul, Naviraí e Laguna Caarapã.

Maracaju recebeu nos últimos anos muitas novas empresas e grandes investimentos em obras aquecendo o comércio e movimentando a economia. A cidade é pequena e a população se mantém ativa. A geração de emprego se manteve com saldo positivo e também contribui para o bom desempenho fora do índice da pobreza.

Sobre a situação de pobreza na maioria das cidades, tem vários fatores que contribuíram, sobretudo a partir de 2020. Um dos principais é o aumento de 21,3% na inflação brasileira, entre janeiro de 2020 e junho de 2022.

“A inflação impactou diretamente no preço de itens básicos como alimentos, bebidas e habitação, que compõe grande parte do orçamento das famílias mais pobres. E o grande problema é que quanto mais a renda fica comprometida com itens básicos, menor o poder de compra das famílias. Na prática, significa que elas precisam trabalham apenas para sobreviver”, explica o pesquisador da UFMS, Wesley Osvaldo Pradella Rodrigues que é Doutor em Meio Ambiente e Desenvolvimento Regional.

Em novembro de 2020 o total de pessoas de Mato Grosso do Sul inscritas no CadÚnico era de 1.038 milhão. Desde então o gráfico vem em uma escalada crescente, chegando a 1.240 milhão em abril de 2022, último dado disponível pelo Ministério da Cidadania. A data coincide com o fim do pagamento do Auxílio Emergência pelo Governo Federal.

O CadÚnico inclui aqueles que ganham até meio salário mínimo por pessoa (R$ 606) ou até 3 salários mínimos de renda mensal total familiar (R$ 3.636).

Desigualdade social alarmante - Os municípios de Japorã e Coronel Sapucaia se destacam no mapa da pobreza de Mato Grosso do Sul, sendo que ambos têm atualmente mais de 70% da sua população em situação de pobreza. Das 79 cidades do Estado, 36 delas têm mais de 50% da população inscrita no CadÚnico, ou seja, em situação de pobreza.