Publicado em 03/04/2018 às 09:27,
Indígenas de Sidrolândia juntamente com representantes de Dois Irmãos do Buriti, ocuparam o prédio da Funai (Fundação Nacional do Índio) na Capital, em protesto que exige a troca do comando da entidade.
Durante a manifestação, funcionários do órgão não estavam trabalhando e segundo o coordenador regional, Paulo Rios, o clima era tenso no local, o chefe da Funai na Capital afirmou que foi agredido ao chegar para trabalhar pela manhã. Ele foi à sede da PF (Polícia Federal) para registrar boletim de ocorrência.
Otoniel Gabriel, liderança da região da Terra Indígena Buriti e porta-voz dos manifestantes, rebate as acusações. “Nosso protesto é pacífico, não impedimos ninguém de entrar”. Ele afirma ainda que Paulo Rios não foi agredido. “Ele veio aqui, mas não quis falar com a gente, nós insistimos, mas ele ignorou e saiu correndo”.
O líder Terena relata que o chefe da Funai se atirou no asfalto. “Isso mostra um total descontrole por parte do atual coordenador”.
Rios disse que foi agredido com paus e jogado no chão. Um funcionário, que pediu para ter a identidade preservada, dá uma terceira versão. Ele afirma que viu o coordenador ser cercado por um grupo de indígenas e depois cair na calçada, ao tentar correr, mas não sabe dizer se o chefe foi derrubado.
Ex-assessor do ministro da Secretaria da Presidência, Carlos Marun (MDB), Paulo Rios Júnior assumiu o comando da Funai no dia 28 de setembro do ano passado.
Na época, a escolha já havia gerado protestos de servidores da Funai e lideranças indígenas. “Os servidores da Funai desde 31/12/16, mobilizados, tentavam barrar essa nomeação, e embora tenham enviado diversos documentos para Presidência da Funai, Ministério da Justiça e Presidência da República, contrários à indicação e pedindo a nomeação de servidor do quadro da fundação, em nenhum momento foram chamados para serem ouvidos”, comentou um funcionário em uma página do Facebook que reúne servidores no dia da nomeação.
O comando da Funai em Mato Grosso do Sul estava vago desde 12 de dezembro de 2016, quando o coronel reformado do Exército Brasileiro, Renato Vida SantAnna, também sugestão de Marun, pediu exoneração do cargo. (Com informações do Campo Grande News)
Rallph Barbosa – Noticidade