A Polícia Civil de Campo Grande investiga a atuação de um suposto comerciante de Santos (SP) que vem aplicando o golpe da venda de falsos aparelhos de IPhone S6, da empresa Apple, por meio de um site de anúncios na Internet.
Segundo apuraram os investigadores são pelo menos três casos só no último mês, com o mesmo método de atuação: o suspeito chama a atenção das vítimas alegando ser proprietário de uma loja, divulga fotos e vídeos do aparelho como se estivesse em um balcão e somente depois da negociação em andamento é que revela o endereço do local.
Dada a impossibilidade geográfica de realização do negócio (a cidade do litoral paulista está a cerca de 1.300 km de distância da capital sul-mato-grossense) e com o interesse da vítima assegurado, o golpista então propõe uma negociação que soa atraente: a pessoa deposita um ‘sinal’ de 30% do valor total e é prometido que serão enviados aparelhos e boletos das parcelas pelos Correios.
“As pessoas acabam ganhando confiança por conta dos dados que ele passa, como CNPJ, RG, CPF, conta corrente. Na pesquisa vai aparecer tudo certo, porque são falsos”, disse um escrivão do 1º DP (Centro), que apura dois dos casos identificados.
A falsa confiança é um dos principais atrativos do golpista. Solícito e transparecendo ser um comerciante sério, evita desconfianças primordiais de estelionatários característicos, principalmente no preço do produto, de R$ 1.600, semelhante ao de outros vendedores locais. “Não há nem a desculpa de que está mais barato”, completou o policial.
As vítimas identificadas no 1º DP são uma jovem de 22 anos e uma vendedora, de 33, que falou ao Campo Grande News sem revelar a identidade. “Foi só depositar o sinal que ele (vendedor) sumiu. Não atende mais”, disse.
Segundo ela, ele só disse que sua loja ficava em Santos após o negócio ser sacramentado. “Em nenhum momento comentou. E o produto estava anunciado na página de Mato Grossodo Sul do site”, apontou.
A investigação feita até aqui pela polícia mostrou que a conta no Banco do Brasil indicada pelo golpista realmente era de uma agência bancária na Baixada Santista, assim como os telefones usados para se comunicar com as vítimas. A apuração do caso continua. A dona da conta corrente já foi identificada e será apurada sua participação nos crimes.
O especialista em segurança Jorge Lordello alerta para meios de se evitar ser vítima de estelionato, principalmente na compra de itens como celulares, baratos e de saída fácil. Segundo ele, o comprador tem opções como pedir que o produto seja entrega por meio de Sedex a cobrar, método em que o pagamento só é efetuado na retirada do produto nos Correios, ou exigir outras plataformas para quer o pagamento seja feito por meio de boleto.
“E o site tem de ser responsabilizado. A comunicação da fraude necessita de imediatismo, pois só assim o usuário é eliminado de imediato e torna o ambiente mais seguro”, disse.
Campo Grande News
