Publicado em 06/07/2017 às 17:23,

É crime, mas cigarro contrabandeado tem venda livre na Capital

Redação,

Proibido, o comércio de cigarros contrabandeados ocorre livremente em Campo Grande. Das banquinhas do jogo do bicho, outra contravenção, às residências mais humildes nos bairros da cidade, ou dos bares e mercados até os revendedores espalhados no Centro, é fácil e comum encontrar marcas de entrada ilegal no País na Capital.

O Campo Grande News foi às ruas e constatou que pelo menos 20 marcas diferentes são comercializadas a preços baixos, que variam de R$ 1,60 a R$ 5. Quem compra em grandes quantidades consegue, até, deter uma espécie de monopólio do produto em sua região.

Anúncios explícitos como placas com preços estão expostos nas ruas do Centro, como por exemplo na Rua Rui Barbosa, a poucos metros de uma viatura da polícia. Na barraquinha, o campeão de vendas, FOX, está em promoção: 3 por R$ 5.

O vendedor relatou que trabalha há 17 anos no local, vendeu, deu troco, ofereceu, mas depois desconfiou da reportagem. “Não trabalho com cigarro, essa banca nem é minha, o rapaz saiu e me deixou cuidando”, disse.

No Camelódromo, os produtos não estão à vista, mas em menos de cinco minutos de conversa é possível chegar ao atravessador e ao gerente do esquema. Sem saber que estava sendo filmado, um rapaz revelou os nomes e telefones. Cláudio “Jogador” é quem media a venda das “caixas”, é |tipo o chefe|. O “Guinho” é quem faz a viagem para trazer o produto.O Campo Grande News entrou em contato com o “Jogador”, se passando por um interessado na revenda de cigarros contrabandeados. Cláudio disse que no momento não está fazendo “o rolo”, porque o “Guinho” mudou de cidade. Contudo, ele disse que o preço da “caixa” com 500 maços é R$ 600, R$ 1,20 cada. “Te ligo assim que conseguir alguém [pra trazer cigarros do Paraguai]. O “Guinho” não foi localizado.

No Camelódromo, os produtos não estão à vista, mas em menos de cinco minutos de conversa é possível chegar ao atravessador e ao gerente do esquema. Sem saber que estava sendo filmado, um rapaz revelou os nomes e telefones. Cláudio “Jogador” é quem media a venda das “caixas”, é |tipo o chefe|. O “Guinho” é quem faz a viagem para trazer o produto.

O Campo Grande News entrou em contato com o “Jogador”, se passando por um interessado na revenda de cigarros contrabandeados. Cláudio disse que no momento não está fazendo “o rolo”, porque o “Guinho” mudou de cidade. Contudo, ele disse que o preço da “caixa” com 500 maços é R$ 600, R$ 1,20 cada. “Te ligo assim que conseguir alguém [pra trazer cigarros do Paraguai]. O “Guinho” não foi localizado.

De acordo com Luciano Stremel, da Associação Brasileira de Combate à Falsificação, o contrabando de cigarros não é uma exclusividade da Capital sul-mato-grossense. A associação estima que para cada cigarro apreendido, dez atravessam as fronteiras clandestinamente. “O Paraguai não exporta para o Brasil nem um bastonete de cigarro legalmente. É uma questão tributária e não concorreria com o preço do cigarro brasileiro”, comenta.

Na rede - Na internet, a dimensão do esquema fica ainda mais evidente. “Cigarros do Paraguai a preço de custo, direto do fornecedor! Possuo grande estoque já no Brasil, entrego para o Brasil inteiro, via correios ou frete”, diz o anúncio em página especializada.Em outra página, o esquema de revenda é revelado como atrativo para novos “distribuidores” das marcas Eight e San Marino. “Um Eight hoje no cliente final chega a média de R$5 reais, passamos a R$3,50 a unidade e você repassa ao bar a R$ 4,00 e o mesmo vende a R$ 5. Todos ganham na quantidade levando em consideração que o cigarro vende muito e se vende sozinho o produto”.Ainda conforme a proposta, uma caixa é o pedido minimo, nela vem 50 pacotes com 500 maços de cigarros dentro. Comprando quantidades maiores, o esquema fica ainda mais rentável. “Em uma quantidade de 10 caixas sai R$ 2,99 a unidade”.A margem de lucro do distribuidor pode chegar a R$0,90 centavos por unidade.Acima de 10 caixas o distribuidor ganha um desconto e parceria com exclusividade em sua região.

Na rede - Na internet, a dimensão do esquema fica ainda mais evidente. “Cigarros do Paraguai a preço de custo, direto do fornecedor! Possuo grande estoque já no Brasil, entrego para o Brasil inteiro, via correios ou frete”, diz o anúncio em página especializada.

Em outra página, o esquema de revenda é revelado como atrativo para novos “distribuidores” das marcas Eight e San Marino. “Um Eight hoje no cliente final chega a média de R$5 reais, passamos a R$3,50 a unidade e você repassa ao bar a R$ 4,00 e o mesmo vende a R$ 5. Todos ganham na quantidade levando em consideração que o cigarro vende muito e se vende sozinho o produto”.

Ainda conforme a proposta, uma caixa é o pedido minimo, nela vem 50 pacotes com 500 maços de cigarros dentro. Comprando quantidades maiores, o esquema fica ainda mais rentável. “Em uma quantidade de 10 caixas sai R$ 2,99 a unidade”.

A margem de lucro do distribuidor pode chegar a R$0,90 centavos por unidade.

Acima de 10 caixas o distribuidor ganha um desconto e parceria com exclusividade em sua região.

Legislação - Desde 2014, quando foi publicada a Lei 13.008, as penas para os crimes de contrabando estão mais severas no Brasil. O dispositivo deu nova redação ao artigo 334 do Código Penal.Quem vende cigarro de origem ilegal, expoem à venda, mantém guardado, compra, recebe, oculta, ainda que em casa, incide em crime de contrabando e está sujeito à pena de 2 a 5 anos reclusão.Para os clientes dos vendedores de cigarro contrabandeado, o risco é para a saúde. Uma pesquisa da Universidade Estadual do Paraná, coordenada pela bioquímica Nadir Rodrigues Marcondes, revelou que quem fuma cigarros de marcas paraguaias aspira pedaços de fungos e até insetos e bactérias.

Legislação - Desde 2014, quando foi publicada a Lei 13.008, as penas para os crimes de contrabando estão mais severas no Brasil. O dispositivo deu nova redação ao artigo 334 do Código Penal.

Quem vende cigarro de origem ilegal, expoem à venda, mantém guardado, compra, recebe, oculta, ainda que em casa, incide em crime de contrabando e está sujeito à pena de 2 a 5 anos reclusão.

Para os clientes dos vendedores de cigarro contrabandeado, o risco é para a saúde. Uma pesquisa da Universidade Estadual do Paraná, coordenada pela bioquímica Nadir Rodrigues Marcondes, revelou que quem fuma cigarros de marcas paraguaias aspira pedaços de fungos e até insetos e bactérias.

Campo Grande News