A Santa Casa de Campo Grande registrou um aumento considerável nos atendimentos às vítimas de ferimentos por arma branca. Em janeiro do ano passado, foram registrados 28 pacientes, já em dezembro houveram 42 atendimentos, e no total dos doze meses foi de 355 casos.
Para o cirurgião da Santa Casa de Campo Grande, Dr. Diogo Gomes Augusto, “No início da pandemia, notou-se uma diminuição drástica nos casos, mas, quando começou a ser liberado o contato de novo, o aumento foi grande e o perfil hoje das pessoas é diferente, pois elas estão mais estressadas. Os casos mais atendidos, atualmente, incluem pacientes embriagados ou envolvidos em brigas. E quando acontece esse contato físico, a região torácica é normalmente a primeira a ser atingida”, explicou.
O trauma torácico penetrante, ou seja, por arma de fogo, a exemplo de revólveres e pistolas, ou arma branca, que são os de facas e punhais, fazem parte do dia-a-dia dos atendimentos no Pronto-socorro da Santa Casa. Vários pacientes dão entrada com lesões diversas e a situação desses pacientes na admissão depende da sua gravidade. E essas lesões podem ser fatais, quando atingem o coração e grandes vasos como aorta, ou a artéria pulmonar.
Segundo o cirurgião torácico, as lesões por arma branca tendem a ser mais perigosas, isso porque a lesão por arma de fogo, devido ao calor do projétil, muitas vezes pode atingir algum vaso pequeno e cauterizar e o paciente pode não ter nenhuma repercussão muito grave. Já lesões por arma branca, causa danos de vasos, vasculares e de artérias e esse sangramento traz uma consequência muito grave para o paciente.
A maioria desses casos precisam de uma abordagem cirúrgica, seja ela uma drenagem de tórax, que já é feita no pronto atendimento, uma cirurgia da caixa torácica por vídeo, ou até mesmo abertura do tórax por toracotomia. “O grau de urgência desse procedimento depende da situação do paciente, pois os casos graves já são realizados a cirurgia para identificar o sangramento e corrigir a lesão”, disse.
Um fato que temos que lembrar é a possibilidade desses pacientes ficarem com sequelas, reduzindo assim a vida ativa da pessoa, por serem irreversíveis. “Evitar brigas e conflitos que levem a feridas torácica, reduz o número de casos e internações, desafogando os prontos atendimentos do SUS, trazendo uma redução nos gastos e consumos de insumos públicos, dando assim possibilidade para tratamento de casos como infarto, AVC e principalmente doença oncológicas”, ressaltou o cirurgião.